Como ser humano leigo quanto aos conhecimentos da Psicologia e da Psicanálise, mas afoito, curioso e experiente quanto aos temas que movem e promovem as profundezas da alma, considero a existência de uma subdivisão para o termo ilusão: uma "ilusão boa" e uma "ilusão má", conquanto sejam ambas eleições das aspirações humanas.
A motivação imposta pela primeira impele o indivíduo ao desafio das circunstâncias e alheio aos conflitos e agressividades, concretiza seus desejos; enquanto a segunda, pela força destruidora que ostenta, faz com que aquele sucumba à dor da inércia.
Quando o tema se relaciona às coisas do coração, difícil esquivar-se da "ilusão má", por quase impossível a tentativa de combater a consagração do princípio da realidade e, por conseguinte, a aspiração narcísica de salvaguarda do princípio do prazer. Deseja-se e tudo se faz, ainda que inconscientemente, para manter a crença no amor de quem recusa e faz sofrer. Ao então, estabelece-se uma argumentativa interna cruel, que acaba por introduzir, na mente de quem ama, conceitos desfigurados da realidade.
O convívio benfazejo ou mesmo a separação entre mundo interno e mundo externo parece ser uma devotada e interminável labuta do ser humano consigo mesmo, no transcorrer da vida, porque sendo o único animal que possui o dom da criação, vive em eterno estado de tensão entre o que possui e o que deseja alcançar.
Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2011 – 8h43
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
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